Ramón Díaz faz adaptação para dar consistência defensiva maior ao time do Inter
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Ramón Díaz faz adaptação para dar consistência defensiva maior ao time do Inter

Ramón Díaz e seu filho Emiliano fizeram alterações táticas na equipe colorada

Por José Augusto Pirolli da Silva
07/10/2025 12:42
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A primeira vitória sob o comando de Ramón Díaz no Inter, no sábado à noite, no Beira-Rio, foi mais do que um simples alívio para o torcedor colorado. Os 2 a 0 sobre o Botafogo podem representar um ponto de virada, construído a partir da recuperação anímica do grupo, mas também de uma transformação tática fundamental. O técnico, conhecido pela capacidade de adaptação, abriu mão de seu modelo preferencial para montar uma equipe com três zagueiros e sem centroavante.

O novo sistema trouxe o que o Inter mais precisava: solidez defensiva. Até então, a equipe havia sofrido 38 gols em 26 partidas no Brasileirão, um calcanhar de Aquiles que ameaçava (e ainda ameaça) toda a campanha. Com Gabriel Mercado, do alto dos seus 38 anos, o time ganhou experiência e voz no setor, com o argentino orientando os companheiros e ajudando na saída de bola desde a defesa. Nas duas laterais, Aguirre e Bernabei tiveram liberdade para avançar, sendo protagonistas na vitória sobre os cariocas.

No ataque, Alan Patrick exerceu o papel de “falso 9”, como ele mesmo definiu após o jogo, “flutuando” entre os defensores adversários e abrindo espaços para as infiltrações de Vitinho e Carbonero. Foi ele, aliás, quem marcou o primeiro gol, aproveitando rebote de Léo Linck ainda no primeiro tempo.

Atrás, Thiago Maia e Bruno Henrique atuaram lado a lado, o primeiro pela esquerda, o outro pela direita, protegendo a defesa e dando suporte às subidas dos ponteiros e laterais. Vitinho, promovido à titularidade por Díaz mesmo com Borré e Ricardo Mathias disponíveis, foi considerado o melhor em campo.

A nova estrutura agradou à comissão técnica, especialmente pela rápida assimilação do elenco. “Tentamos (o esquema novo) porque sabíamos que precisaríamos romper a defesa (do Botafogo) por fora. Temos centrais de boa categoria. Fico feliz pela decisão e agradeço ao grupo, porque se ele não aceita a mudança, ela nada serve de nada. Eles têm sofrido mais que ninguém pela fase. Hoje (sábado), vimos que sentiram um alívio muito grande”, afirmou Emiliano Díaz, auxiliar e filho do treinador. De fato, o time carioca não conseguiu criar chances claras para marcar ao longo de toda a partida.

Alan Patrick também valorizou a ideia, apesar de confirmar que jogou improvisado. “Na sexta-feira, o Ramón me explicou a ideia e eu procurei executar da melhor forma possível. Tentei sempre fazer a leitura dos espaços e flutuar para gerar dúvida na defesa do Botafogo. Fico feliz por ter dado certo”, explicou o capitão, que mesmo sem ser atacante de ofício, é o artilheiro do time no Brasileirão, com nove gols.

Com mais de uma semana até o próximo compromisso — dia 15 de outubro, fora de casa, contra o Mirassol —, a tendência é que Ramón Díaz mantenha o novo sistema, agora com tempo para aprimorar o que pode ser o início de uma reconstrução tática e emocional do Inter.

Fonte: Correio do Povo




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