Dois indígenas foram condenados pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio ocorridos em Mato Castelhano, em 2016. O julgamento ocorreu entre os dias 15 e 16 de outubro em Passo Fundo.

Eles não tiveram os nomes divulgados. Um foi condenado pelos crimes de homicídio simples e tentativa de homicídio contra duas pessoas. A pena foi de nove anos e seis meses de prisão. O outro réu foi condenado pelos delitos de homicídio qualificado e tentativa de homicídio contra uma vítima. A pena foi fixada em 19 anos e três meses de prisão.

Na sentença, a juíza Carla Roberta Dantas Cursi, da 3ª Vara Federal de Passo Fundo, determinou o cumprimento imediato da pena, expedindo o mandado de prisão.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), autor da ação, no dia 16 de maio de 2016, na Estrada Velha, em Mato Castelhano, perto do limite da Floresta Nacional de Passo Fundo (Flona), dois grupos indígenas Kaingang entraram em conflito. Um deles se deslocava do chamado “acampamento principal”, situado às margens da BR-285, para a entrada da área da Flona, onde integrantes do grupo montavam acampamento.

O outro grupo, que é dissidente do “acampamento principal”, também estava com seu acampamento às margens da BR-285, cerca de um quilômetro distante do outro. Houve uma discussão entre eles ao se encontrarem. O conflito teria sido motivado em razão da Presidência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) ter aprovado relatório reconhecendo a Terra Indígena Mato Castelhano, sendo que a Flona estaria dentro deste território. Os dois grupos tinham interesse em ocupar o local.

Segundo o MPF, durante a discussão, três integrantes do grupo dissidente começaram a disparar em direção ao outro grupo. Várias pessoas foram atingidas. Uma mulher acabou morrendo.

Fonte: GZH / Passo Fundo