A Rádio Tapejara completa hoje (27) gloriosos 43 anos. Sabe quem mais tem essa idade? Grazi Massafera. O que, por si só, já bastaria para provar a relatividade do tempo que Einstein formulou. Claudia Raia, por exemplo, engravidou aos 56. Roberto Bolaños já tinha 42 quando criou o inesquecível Chaves, que agora domina os streamings. Ainda não está convencido de que o tempo ainda pode lhe fazer sorrir?

Ana Maria Braga estreou na TV Gazeta aos 43 com o programa Note e Anote. Samuel L. Jackson só fez sucesso depois dos 40, ao protagonizar um dos filmes mais emblemáticos dos anos noventa: Pulp Fiction. O próprio Stan Lee, da Marvel, também só deslanchou depois de quatro décadas de existência.

Felizmente, a Rádio Tapejara foi prematura em encontrar sua frequência e sintonizar seu público. Aliás, por um bom tempo, em amplitude modulada. Engana-se quem pensa que foi sempre assim — mandar um Whats e ir pro ar. Para quem conta rotações, já passamos pelo vinil, cartucheiras, MD, CD, até chegarmos ao MP3. Nunca houve uma expectativa de vida assim. Ou, ainda, a mobilidade social e profissional que temos hoje. E qual é o problema da liberdade?

Imagina só poder mudar, trocar, se refazer — seja no tempo que for. Descobrir várias vidas em uma só. Traduzir frequências que, por vezes, escapam das palavras — e é por isso que temos a música. Afinal, não importa a idade: a vida não parece bastar. E a mudança está sempre nos convidando a pensar mais na festa do que no tempo. Porque é quando a gente esquece do tempo que ele mais vale.

Escrito por Jonathas Koche