Perícia do IGP aponta falha mecânica como causa de acidente e incêndio com ônibus de Vacaria em Porto Alegre
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Perícia do IGP aponta falha mecânica como causa de acidente e incêndio com ônibus de Vacaria em Porto Alegre

Por Belchyor Teston
08/11/2025 05:39
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O Instituto-Geral de Perícias concluiu na última semana os laudos referentes ao acidente envolvendo um ônibus de turismo que, após descer desgovernado pela Rua Espírito Santo, no Centro de Porto Alegre, deu início a um incêndio de grandes proporções. O veículo em questão chocou-se contra diversos automóveis, provocando um incêndio que se alastrou rapidamente para alguns imóveis e para o próprio ônibus.

A equipe da Divisão de Engenharia Legal do Instituto-Geral de Perícias conseguiu determinar que o motorista acionou a alavanca do freio estacionário. Porém, devido a uma falha na válvula pneumática localizada junto à alavanca, a frenagem não aconteceu efetivamente. Esta conclusão, que consta no laudo encaminhado à autoridade policial, foi alcançada após uma extensa análise mecânica nos componentes remanescentes do sistema de freio do ônibus, bem como exames comparativos em outros veículos de mesmo modelo e análises de vídeo que registraram o evento. A complexidade do incêndio fez com que diversas peças do veículo ficassem comprometidas, inviabilizando uma análise detalhada. No entanto, ainda assim, foram encontrados vestígios que corroboraram com as demais análises.

O perito criminal Valmor Gomes de Oliveira, chefe da Divisão de Engenharia Legal do IGP, ressalta que a equipe percorreu diversas oficinas mecânicas em busca de componentes originais que pudessem ser comparados com aqueles extraídos do local do acidente. De acordo com o perito, a análise pericial permitiu que se chegasse a conclusões relevantes para apoiar a investigação policial.

"Nós conseguimos apontar a posição em que a alavanca se fundiu ao material base e, por meio de diversas análises comparativas, determinar que ela foi devidamente acionada por parte do motorista. Mesmo assim, no entanto, o ônibus acaba entrando em movimento devido a uma falha mecânica em um componente do sistema de freio estacionário. O que o nosso laudo aponta é que ocorreu uma falha mecânica, que não podemos descrever devido à queima desse componente", explica Valmor.

O perito Jair de Almeida, chefe da Seção de Mecânica, Trânsito e Identificação Veicular do IGP, destacou que as principais dificuldades enfrentadas nesta perícia decorreram dos danos causados pelo incêndio nos componentes do ônibus.

"Mesmo com essas dificuldades, nós conseguimos chegar a uma conclusão técnica por meio da análise de diferentes fontes, como exames complementares em componentes mecânicos remanescentes do sistema de freios, observação detalhada de vestígios no local do acidente, avaliação de material carbonizado e análise de vídeos", salientou Jair, que também ressaltou a cooperação com a Polícia Civil e o apoio do corpo de engenheiros da Divisão, que contribuíram com dados, informações e suporte técnico - como o escaneamento 3D da via do acidente-, os quais foram fundamentais para subsidiar a conclusão final da perícia.

O laudo encaminhado à polícia aponta que a "única hipótese tecnicamente possível e suficiente para ocorrência do evento foi uma falha mecânica na válvula pneumática localizada junto à alavanca de acionamento do freio de estacionamento".

Trabalho da Divisão de Engenharia Legal é crucial para elucidar sinistros e apoiar investigações

Localizada dentro da estrutura do Departamento de Criminalística do IGP, a Divisão de Engenharia Legal (DEL) é composta por engenheiros de diversas áreas de formação, bem como profissionais do campo da matemática e biologia.

A expertise da equipe é crucial para atender eventos de várias naturezas, como acidentes com eletroplessões, quedas em altura, acidentes de trânsito, incêndios, crimes ambientais, desabamentos e acidentes de trabalho.

O trabalho realizado pelos peritos da DEL também auxilia a condução de investigações policiais, sobretudo ajudando na elaboração de quesitos técnicos.

O Instituto-Geral de Perícias reforça que suas análises são de natureza técnico-científica, realizadas com base em critérios objetivos e em conformidade com os protocolos oficiais de perícia criminal.

Fonte: ASCOM / IGP-RS




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