Algumas profissões fascinam pelo mistério; a astronomia é um desses labirintos da imaginação. Em Ad Astra (disponível na Netflix), a história orbita em um curioso paradoxo: a busca pela vida inteligente e a fuga da sua própria natureza.
No drama, um dos pioneiros da astronomia moderna, abandona esposa e filho, mergulhando na imensidão da Via Láctea, a anos-luz de distância, até o oitavo planeta mais distante do Sol. Trinta anos se passam. Seu legado agora pulsa no filho. Se houvesse uma chance de reencontro com o pai, mesmo depois de tanto tempo... valeria a viagem?
Ad Astra acerta no minimalismo das atuações, no pragmatismo de uma carreira espacial e na escolha por retratar, talvez, a profissão mais solitária do mundo. Uma solidão que vai além da órbita: um distanciamento da tenra humanidade.