Em Tapejara, palestra com Bene Barbosa aborda o controle de armas no Brasil
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Em Tapejara, palestra com Bene Barbosa aborda o controle de armas no Brasil

Bene é analista de segurança e instrutor de tiro

Por Belchyor Teston
04/09/2021 09:44
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O Centro Cultural de Tapejara recebeu, nesta sexta-feira (03), uma palestra sobre o controle de armas de fogo no Brasil. Promovido pelo Clube de Tiro de Tapejara, o evento teve como palestrante o especialista em segurança pública Bene Barbosa e contou com a presença de praticantes de tiro esportivo e apreciadores do assunto.

O encontro teve como tema os “30 anos de restrições às armas e suas consequências para segurança pública no Brasil” e narrou a evolução histórica do desarmamento, passando pela aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003, e o referendo sobre o tema, em 2005. Na avaliação do palestrante, que analisa dados sobre acesso a armas e criminalidade no Brasil e em outros países, o controle de armas surtiu efeito contrário. “A proposta sempre foi restringir porque assim a criminalidade violenta vai cair. Só que isso nunca aconteceu. Ela continuou crescendo e, no fundo, o desarmamento acabou fomentando ainda mais determinados crimes, como invasões de residência, de pequenas propriedades rurais, arrastões. Coisas que não aconteciam no passado, exatamente porque o criminoso temia o cidadão armado. O criminoso enxergou nessas campanhas de desarmamento uma espécie de rendição. E ele se tornou mais audacioso ainda”.

Cerca de dois anos após a aprovação do Estatuto do Desarmamento, um trecho da lei foi objeto de referendo popular. Naquela ocasião, os brasileiros deveriam responder se o comércio de armas de fogo e munição deveria ser proibido no Brasil. Do total de votantes, 63,94% votaram não à proibição. “As pessoas estavam muito mal informadas. Achavam que quem seria desarmado seria o bandido. Quando perceberam o que realmente se tratava, tivemos uma virada, vencemos o referendo. O Rio Grande do Sul foi um dos recordistas no voto pelo não desarmamento. Mas o Estatuto do Desarmamento continua válido até hoje e isso precisa, em algum momento, ser mudado”, afirma Barbosa, que foi um dos coordenadores da campanha nacional pelo voto não.

Para Bene Barbosa, parte da população foi contaminada pela ideia de que armas de fogo aumentam a criminalidade. “Tivemos uma demonização da arma de fogo, que, até a década de noventa, era absolutamente corriqueiro, normal. Da noite para o dia, começa a se falar que esse era o problema. Só que nunca foi o problema. Sempre com o discurso de que armas matam, armas causam acidentes, armas causam criminalidade, que as pessoas que querem ter armas não são boas. Tudo falso! Mas acabou contaminando uma boa parte da população”.

Bene Barbosa é especialista em Segurança Pública, armas e munições, autor de dois livros sobre o tema, palestrante e instrutor de tiro. Em 2005, integrou a Frente Parlamentar pelo Direito à Legítima Defesa e tornou-se um dos mais importantes coordenadores da Campanha pelo “não” no referendo sobre a proibição da venda de armas de fogo.

Belchyor Teston / Rádio Tapejara




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