Passo Fundo participar de testes da primeira vacina brasileira contra a Dengue
SAÚDE
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Passo Fundo participar de testes da primeira vacina brasileira contra a Dengue

Por Alessandra Staffortti
28/12/2025 06:00
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O município de Passo Fundo passou a integrar um marco histórico da ciência brasileira ao participar dos estudos clínicos da Butantan-DV, a primeira vacina contra a dengue desenvolvida integralmente no país. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Butantan e contou com a colaboração do Instituto Méderi, inserindo o município do norte gaúcho em um estudo nacional que envolveu mais de 16 mil voluntários.

De acordo com a diretora do Instituto Méderi, Keyla Deucher, a participação de Passo Fundo no projeto consolida a cidade como referência regional em ciência aplicada e inovação na área da saúde. Segundo ela, o envolvimento no estudo coloca o município ao lado de grandes centros de pesquisa do país, contribuindo diretamente para avanços de alcance nacional e internacional.

Os voluntários de Passo Fundo que participaram da pesquisa tiveram acesso antecipado à vacina e atualmente já se encontram imunizados contra a dengue, reforçando o impacto positivo da iniciativa também para a comunidade local.

A Butantan-DV é uma vacina tetravalente, que oferece proteção contra os quatro sorotipos do vírus da dengue. O imunizante será administrado em dose única em pessoas com idade entre 12 e 59 anos. Conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina apresentou eficácia global de 74,7% contra a dengue sintomática, além de um perfil de segurança considerado adequado. Os eventos adversos observados foram, em sua maioria, leves ou moderados, como dor de cabeça, exantema e fadiga.

O Termo de Compromisso firmado entre o Instituto Butantan e a Anvisa prevê acompanhamento contínuo do imunizante, com apresentação de dados adicionais e monitoramento pós-mercado, assegurando a segurança e a eficácia da vacina em larga escala.

vacinação prevista para 2026

No início de dezembro, o Ministério da Saúde anunciou as diretrizes iniciais para a utilização da nova vacina. Segundo o ministro Alexandre Padilha, a previsão é que cerca de 1,3 milhão de doses sejam disponibilizadas até o fim de janeiro de 2026.

As primeiras doses serão destinadas a profissionais da Atenção Primária à Saúde. A estratégia de vacinação começará pela faixa etária de 59 anos, com ampliação progressiva para os demais públicos, até alcançar pessoas a partir dos 15 anos.

Com a conclusão da etapa técnica, o Ministério da Saúde informou que a vacina poderá ser incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A expectativa é de que, futuramente, o imunizante esteja disponível para toda a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme a capacidade de produção do Instituto Butantan.




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