Uma boa história acontece quando esquecemos que ela foi inventada. Ou melhor ainda, quando parece ser contada dentro da imaginação de quem a vê. Histórias, mais do que bem contadas, precisam de lacunas.
Na tela — sobretudo agora, na era da superexposição — tudo começa com ambientação e caracterização. Mas quem produz sabe: o verdadeiro convencimento está no pulso da narrativa. E pulso é justamente o que não falta em House Of Guiness.
O peso de um sobrenome diante da partilha de uma herança. Os nós que ligam uns aos outros. Segredos individuais, ambições políticas e, mais importante, a vulnerabilidade diante de um tema que a todos nos atravessa.
House Of Guiness acerta também no seu caráter plural ao compreender — e mostrar — que uma história é mais do que a soma de suas partes. Que uma mesma família, dependendo do ângulo que se observa, pode ser glória ou ruína. Que as conveniências são um balé entre classes. E que a ambição, independente do sobrenome, é um malabarismo para poucos.