Na tarde desta quarta-feira, 12/11, a Coasa participou efetivamente da COP30 – Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas. Na ocasião, a cooperativa apresentou o case do Programa Nosso Solo, Nossa Colheita durante o painel “Agricultura de baixo carbono: caminho para sistemas alimentares sustentáveis e resilientes”. O momento ocorreu na AgriZone, espaço técnico coordenado pela Embrapa, que, dentro da programação internacional, reúne experiências de todo o país voltadas à sustentabilidade e à agricultura regenerativa.

A apresentação foi conduzida pelo engenheiro agrônomo Ronaldo Scariot, que viajou a Belém com o apoio do Sistema Ocergs/Sescoop e do Sistema OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras. Em sua fala, Scariot destacou como o programa tem contribuído para o manejo sustentável das propriedades de associados(as), para a conservação da fertilidade dos solos e para a resiliência das lavouras diante das mudanças climáticas.

Ao iniciar sua apresentação, o engenheiro agrônomo resgatou a trajetória da cooperativa e a cultura que sustenta o trabalho técnico desenvolvido ao longo dos anos. Segundo ele, compreender o programa Nosso Solo, Nossa Colheita exige olhar para as origens. “A Coasa é fruto do espírito de mutirão, de gente que se uniu para fazer junto e compartilhar conhecimento técnico desde o início. A base da nossa cooperativa é a agricultura familiar, e sempre buscamos atividades que melhorassem o solo e que garantissem o uso racional dos recursos naturais.”

Ronaldo explicou que o programa tem relação direta com a Operação 365, da Embrapa Trigo (Passo Fundo/RS) — iniciativa da qual a Coasa participou desde o projeto-piloto e que resultou na certificação máxima para um produtor associado. Estruturado com base no plantio direto, em práticas que equilibram os aspectos físicos, químicos e biológicos do solo e no sequestro de carbono, o programa alia desde o acompanhamento técnico contínuo à realização de eventos de troca de conhecimento entre produtores e especialistas.

Entre as ações desenvolvidas estão o incentivo à cobertura vegetal durante todo o ano e o uso de plantas de serviço – ou plantas de cobertura – e plantas que agreguem renda ao produtor e que reduzem a erosão, melhoram a infiltração de água e ampliam a fertilidade do solo. “O foco é trabalhar o solo como um sistema vivo, equilibrando os aspectos físicos, químicos e biológicos. Quando o solo está equilibrado, ele responde melhor aos investimentos, retém mais água, reduz perdas por erosão e garante uma produtividade sustentável ao longo do tempo”, destacou.

Ele também reforçou que o programa é uma forma de fortalecer o vínculo entre a cooperativa e seus associados. “Nada acontece se o produtor não acreditar no projeto. O programa é construído junto com ele, no campo, com acompanhamento técnico, análise de solo, trincheiras, monitoramento e planejamento. A base da cooperativa é o associado, e o retorno vem em forma de conhecimento e resultados.”

A Coasa foi uma das sete cooperativas gaúchas selecionadas pelo Sistema OCB para integrar o portfólio de projetos do cooperativismo apresentados na COP30. A conferência segue até o dia 21/11, em Belém (PA). O reconhecimento reforça o papel da cooperativa e de seus associados(as) na construção de soluções locais com impacto global, conectando o trabalho no campo às grandes discussões sobre o futuro da agricultura.

“Ficou muito bonita a mensagem que a Coasa transmitiu. A preocupação com o solo, com uma agricultura sustentável e de renda, que incorpora plantas diferentes no sistema e que, cada vez mais, ajuda a produzir e a superar os desafios. Sem dúvida, o painel foi muito válido. Conseguimos transmitir a mensagem do nosso associado — que é a base da cooperativa — e de toda a sua preocupação com a terra, que é seu bem mais precioso. Mostramos que o Nosso Solo, Nossa Colheita é um programa do qual os nossos associados têm orgulho de fazer parte”, finalizou Ronaldo, sobre a experiência vivenciada.

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Fonte:

Coasa