As baixas temperaturas do inverno não impactam apenas o sistema respiratório, o coração também sofre os efeitos do frio. Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, durante essa estação, os casos de infarto agudo do miocárdio aumentam em até 30%, enquanto os de acidente vascular cerebral (AVC) crescem cerca de 20%. Esse aumento está relacionado à vasoconstrição, processo natural em que os vasos sanguíneos se contraem para conservar calor, o que acaba elevando a pressão arterial e favorecendo a ocorrência de eventos cardiovasculares graves.
Além das alterações fisiológicas, hábitos comuns do inverno, como a redução da atividade física, o aumento do consumo de alimentos calóricos e bebidas alcoólicas, também contribuem para o descontrole de doenças crônicas como hipertensão e diabetes. O cenário torna o período mais vulnerável para descompensações, como insuficiência cardíaca, arritmias, tromboembolismos e inflamações cardíacas, como miocardites e pericardites.
O médico Alberi Grando, de Passo Fundo, reforçou a importância da atenção aos sintomas cardiovasculares, especialmente em pessoas com doenças crônicas. Ele respondeu à pergunta de uma ouvinte, que relatou dor de cabeça e dor no lado do peito, mesmo fazendo uso de medicamentos para hipertensão e diabetes. Segundo o médico, esses sinais podem indicar aumento da pressão arterial. “É muito importante que verifique a pressão para ver como está e, melhor ainda, que converse com seu médico”, orientou.
Grando explicou que o frio favorece o aumento da pressão arterial justamente por provocar o estreitamento dos vasos sanguíneos. Ele destacou que esse efeito pode ocorrer mesmo entre aqueles que utilizam medicação regularmente. “De repente tem que aumentar a medicação; deve se preocupar, sem dúvida nenhuma”, afirmou, ressaltando que o acompanhamento médico é essencial nesses casos.
Em outra participação, uma ouvinte questionou se a tontura seria um sintoma comum durante o inverno. O cardiologista respondeu que não há uma relação direta entre o frio e episódios de vertigem, mas reconheceu que cada organismo pode reagir de maneira distinta às baixas temperaturas. “A tontura não é um sintoma de frio”, disse, recomendando uma avaliação clínica se os sintomas persistirem.
Grando observou ainda que a associação entre hipertensão e diabetes é frequente e requer cuidado contínuo, sobretudo no inverno, quando o risco de complicações aumenta. Segundo ele, manter o uso correto da medicação, monitorar regularmente a pressão arterial e buscar orientação médica diante de qualquer alteração são medidas fundamentais para evitar agravos à saúde cardiovascular.
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Fonte:
Uirapuru
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