Moradores relatam esgoto a céu aberto após problemas em tubulação do presídio de Passo Fundo
GERAL
550

Moradores relatam esgoto a céu aberto após problemas em tubulação do presídio de Passo Fundo

Reclamações de moradores são constantes

Por José Augusto Pirolli da Silva
04/02/2025 13:00
Compartilhar
        


Moradores da Rua Adrianópolis, no bairro São Luiz Gonzaga, em Passo Fundo, reclamam do mau cheiro e de transtornos causados por problemas nas tubulações ligadas ao Presídio Regional.

A situação começou em outubro, depois de obra de canalização da Corsan para escoar e tratar o esgoto da casa prisional, que fica perto das residências. A rede do presídio teria sido prejudicada pelo despejo de resíduos sólidos das galerias dos detentos, como roupas, pedaços de colchão, tecidos e garrafas pet.

Imagens enviadas a GZH Passo Fundo (assista acima) mostram o esgoto a céu aberto nas laterais da rua e até dentro de casas. Marli de Andrade Leite, 73 anos, teve a garagem tomada pelo esgoto.

— Essa última vez que estourou tive que sair de casa. Fui dormir na casa dos meus filhos porque não dava. E era a noite inteira uma cachoeira debaixo do meu porão. Não tinha como voltar. Como vou fazer coisas básicas, como almoçar, com aquele cheiro? — relata a aposentada.

De acordo com os moradores, as obras da Corsan devem ligar a maioria das casas com o sistema de tratamento de esgoto — o que não havia antes. Porém, segundo os moradores, os canos instalados não comportam a vazão e ocasionam rompimentos frequentes.

A empresária Ivani Terezinha Dalmonte, 61, mora naquela rua há 28 anos. Dona de um mercado, ela diz que perdeu clientes desde que os problemas começaram:

— As pessoas entram e sentem esse cheiro horrível. Quem vai entrar aqui com esse esgoto escorrendo bem na nossa entrada? Não tem como. Do jeito que está não dá.

A maioria dos moradores receberam uma carta enviada pela Corsan sobre a instalação da canalização. No documento consta que a ligação com o sistema deve ser feita pelos proprietários das casas.

No entanto, segundo a aposentada Eva Fátima Petroski, 62, os moradores não foram consultados sobre a obra e restam dúvidas sobre como essa ligação deve acontecer.

— Só vimos que botaram esses canos aqui e começou a estourar várias vezes. De que maneira eu vou instalar água debaixo pra cima para botar nesse cano? — questionou.

Sobre isso, a Corsan explicou que está visitando os moradores, entregando notificações e orientando sobre os prazos para a conexão à nova rede de esgoto.

Conforme a Corsan, a obra de canalização foi concluída no início de dezembro, mas algumas adequações ainda devem ser feitas em razão dos resíduos sólidos despejados pelas galerias do presídio.

— Em parceria com o presídio, estamos colocando dispositivos de gradeamento para que esses resíduos sólidos de grande dimensão não obstruam a rede coletora. Também colocaremos esse mesmo sistema em dois pontos de visitas das equipes no bairro. Isso deve beneficiar pelo menos 150 famílias — disse o gestor de relações institucionais da Corsan, Aldomir Santi.

Questionada, a Polícia Penal informou que as grades de retenção dos dejetos sólidos já foram instaladas e que os locais são limpos diariamente. Além disso, tratou com a Corsan para soluções na rede de esgoto que atende ao Presídio Regional de Passo Fundo

Fonte: Zero Hora / Passo Fundo




Notícias Relacionadas