A Black Friday, movimento de descontos "importado" dos Estados Unidos, acontece nesta sexta-feira (29) e traz consigo uma série de promoções e condições especiais de pagamento. No entanto, os preços atrativos nem sempre são o que parecem.
Em Passo Fundo, o Procon e o Balcão do Consumidor fazem alertas quanto a fraudes, taxas de juros e práticas abusivas que costumam se repetir na data.
Dados levantados pelo Procon apontam que 260 casos de fraude foram registrados no município de janeiro a novembro. A maioria diz respeito a fraudes em compras online.
— As situações são geralmente relacionadas a produtos não entregues, golpes em contratos bancários ou produtos que não eram exatamente como anunciados. A ansiedade de aproveitar as promoções às vezes pode resultar em problemas — diz o coordenador do Procon de Passo Fundo, Lucca Gavião.
Os órgãos de proteção ao consumidor são enfáticos quanto aos cuidados na hora de adquirir um produto no comércio eletrônico. O principal é desconfiar de descontos irreais e ficar atento se o site acessado é de fato o endereço oficial da loja.
— O cliente precisa ter uma noção de que podemos estar em Black Friday, mas se um produto tiver 90% de desconto, tem que ligar o alerta, porque é um dos principais golpes. A pessoa se atrai pelo desconto, faz um Pix para um "laranja" e o consumidor nunca recebe o produto, além de ser muito difícil de reaver o valor — destaca o coordenador do Balcão do Consumidor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Franco Scortegagna.
Dívidas e práticas abusivas
Para além dos golpes mais comuns, o Procon também alerta para uma prática considerada abusiva: as lojas aumentam o preço de um produto dias antes da Black Friday, para então voltar a cobrar o valor inicial na data.
— O pessoal chama de "metade do dobro", ou seja, a loja dobra o valor do produto e depois oferece um desconto, mas na verdade o item vai somente ficar com o valor original. Por isso a importância de fazer as comparações de preços, mas isso configura, sim, um tipo de prática abusiva, o que é previsto no Código de Defesa do Consumidor — destaca Gavião.
Os especialistas também apontam para o cuidado com a impulsividade na hora das compras. Mesmo que os descontos possam valer a pena, o consumidor precisa evitar o endividamento. Em Passo Fundo, 35% da população está inadimplente, conforme dados de outubro divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre.
Direito de arrependimento
Por fim, o Balcão do Consumidor e o Procon sinalizam para um direito que nem todo comprador conhece, mas que é garantido em lei. O artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor diz que o consumidor pode desistir da compra de produto adquirido pela internet ou por catálogo no prazo de sete dias, a contar da data de recebimento do item.
— O cliente pode desistir dessa compra sem ter nenhum motivo, basta ele demonstrar ao fornecedor que tem interesse nessa desistência. Não precisa haver justificativa, é um direito — enfatiza Scortegagna.
Caso o consumidor seja lesado por alguma loja, pode buscar os órgãos de proteção em Passo Fundo. A primeira tentativa é de negociação com a empresa, mas a depender da situação, o consumidor é orientado a realizar um boletim de ocorrência.
Procure os serviços
Procon
Onde: Rua General Neto, Nº 443, 5º andar, bairro Centro
Telefone: (54) 3313-1818
E-mail: procon@pmpf.rs.gov.br
Balcão do Consumidor
Onde: Universidade de Passo Fundo (UPF) — Campus I
Telefone: (54) 3316-8518 — também WhatsApp
E-mail: consumidor@upf.br e balcaodoconsumidor@upf.br
.
Fonte:
GZH
61.331.712 de acessos desde 2009
Direitos Reservados. Desenvolvido por Impar Agencia Web.