O percentual de mulheres que adotaram o sobrenome do marido após o casamento atingiu um dos menores patamares em 2021, no Rio Grande do Sul, e a tendência é que caia ainda mais em 2022. Na comparação com 20 anos atrás, houve uma redução de 35% no número de noivas que decidiram acrescentar o nome familiar do esposo após o matrimônio.
"Com o passar dos anos, muitas mulheres não sentiram mais a necessidade de adicionar o sobrenome do cônjuge, como era de costume, e optam por manter seus nomes originais", diz Sidnei Hofer Birmann, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Rio Grande do Sul (Arpen/RS).
Em 2002, dos 14.938 casamentos, 6.899 mulheres (46,1%) assumiram o sobrenome do homem e 7.943 (53,1%) não fizeram nenhuma alteração. Os demais são casos em que o noivo ou ambos decidiram alterar.
No ano passado, foram 34.227 matrimônios. Enquanto 10.234 noivas (29,9%) acoplaram o nome do marido ao seu, em mais do que o dobro deles — 22.768 (66,52%) — não houve mudança na nomenclatura original. Também em 2021 subiu a quantidade de casamentos (1.079 ou 3,15%) em que ambos passaram a adotar o sobrenome da outra família.
A tendência é que, este ano, essa diferença aumente. Dos 15.665 casamentos no primeiro semestre, em 4.476 (28,57%) a mulher adotou o sobrenome do marido, enquanto que, em 10.703 (68,32%), ambos mantiveram os sobrenomes anteriores.
Por outro lado, a possibilidade de adoção do sobrenome da mulher pelo homem ainda não parece ser adotada na sociedade. Em 2021, representava apenas 0,4% das escolhas no momento do casamento, e, em 2022, 0,3%. O percentual atingiu seu ponto máximo em 2004, quando foi a opção em 0,88% dos matrimônios.
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Fonte:
G1/RS