A Semana Farroupilha é um dos principais eventos de enaltecimento da cultura gaúcha. Momento de cultivar às tradições sulistas, transcendendo o próprio Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Em 2018, o tema eleito é “Tropeirismo – Contribuição para a formação da identidade sul rio-grandense”. Mas afinal, o que é o tropeirismo?
O tropeirismo é parte importante da formação gaúcha, pois, permitiu a integração do Sul do país à economia nacional. Primeiro com o comércio de mulas para o transporte de cargas, no final do século XVII, e depois, com a exploração e venda do gado que era levado da campanha e do litoral gaúcho para São Paulo.
Segundo o tradicionalista José Ramos (Têne) trata-se de uma linda história onde as tropas eram formadas por mulas e burros. Com o passar do tempo, animais como porcos, gansos, perus passaram a ser conduzidos, conforme a necessidade de cada região. “A tropeada era a única maneira de transportar os animais comercializados. Hoje, a atividade é cada vez menos comum, sendo utilizada geralmente em curtas distâncias ou onde o acesso por estradas é precário”, destacou.
O tropeirismo naquela época fomentava os valores das regiões, como teve o caminho das mulas de São Borja até Sorocaba, e tantos outros caminhos das tropas. “Os tropeiros viviam uma vida bem rústica. Porque, carregavam os forros de cama na própria garoupa. Por isso, usavam mulas, um animal mais forte que um cavalar”, explicou Têne. Já nas canastras e bruacas, eram carregados os mantimentos.
Eles costumam levar café, açúcar, erva-mate e além de uma garrafa com salmoura para salgar a carne. Também não podem faltar cuia (geralmente de tamanho pequeno para não ocupar muito espaço) e cambona (chaleira rústica utilizada para esquentar a água). O grande nome do tropeirismo no Estado foi Cristóvão Pereira, com o tropeirismo de bovinos.
Ainda conforme Têne, dentro do movimento foram criadas muitas cidades, dentre elas, Passo Fundo, Cruz Alta e Lagoa Vermelha. “Em nossa região, se destacam no movimento Zacarias Alves da Rosa (in memoriam), João Domador (in memoriam) e Luís Lopes, que mora em Santa Terezinha, Santa Cecília do Sul”, finalizou.
Jornalismo Rádio Tapejara