Daniel Fich vive com a família na cidade desde 2019
A região do Vale do Taquari novamente foi uma das mais afetadas pelas enchentes que atingem o Rio Grande do Sul ao longo desta semana. Em Lajeado, por exemplo, parte da cidade ficou submersa e o Rio Taquari ultrapassou a marca dos 30 metros – oficializando o maior nível da história.
Natural de Ibiaçá, o pastor Daniel Fich de Almeida atualmente mora com a família em Lajeado, onde exerce o ministério na Igreja Evangélica Assembleia de Deus. Em contato com a Rádio Tapejara, o religioso descreveu o cenário como “situação catastrófica”. “É um cenário desolador. Nós estamos vendo imagens semelhantes àquelas do Furacão Katrina, em Nova Orleans [EUA]. As pontes foram arrancadas, as estradas foram destruídas, a inundação chegou a um nível que nunca se imaginou. Lugares que jamais chegou enchente foram totalmente submersos. Sinal de internet horrível, telefone praticamente inexistente. A maior parte dos lugares está sem energia. Nós temos milhares de pessoas desabrigadas das suas casas, vivendo em abrigos públicos”.
Conforme Daniel, o nível da água está diminuindo na cidade e outros problemas começam a surgir. “Nós temos dezenas, talvez centenas de pessoas desaparecidas. Agora que as águas começam a baixar, começam vir as necessidades. E estamos entrando numa fase, num risco de desabastecimento. A cidade está praticamente ilhada. Eu não sei se tem como chegar aqui por terra. Os acessos principais que a gente conhece foram destruídos. Na ERS-130, de Arroio do Meio a Lajeado, as duas pontes foram arrancadas. Na BR-386, que conecta Lajeado a Porto Alegre, a ponte está no lugar, mas está totalmente avariada, dificilmente vai ser liberada rapidamente. De Lajeado a Soledade, a BR-386 está interrompida em vários trechos na Serra de Pouso Novo. É uma situação catastrófica”, detalhou.
Daniel está em Lajeado desde o final de 2019, quando foi transferido de Ibiaçá. Ele vive com a esposa, que está grávida, e dois filhos. Segundo ele, a cidade vai precisar de muita mobilização para reconstruir o que foi perdido.
“Particularmente, eu e minha família estamos bem e estamos trabalhando para servir a comunidade. Nós precisamos de uma mobilização nacional, precisamos do Governo Federal. Precisa uma força-tarefa muito grande para restabelecer o mínimo de circulação, de normalidade nessa região. Nós fazemos esse apelo para que, através da mídia, cheguem às autoridades. Nós precisamos de uma força muito grande para recomeçar. A gente sabe que, no meio do caos, coisas novas surgem e essa é a nossa esperança”, finalizou.
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