Síndrome do olho seco: uma preocupação para mulheres acima de 50 anos
SAÚDE
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Síndrome do olho seco: uma preocupação para mulheres acima de 50 anos

25/04/2024 10:02
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A síndrome do olho seco, também conhecida como síndrome da disfunção lacrimal, é uma condição crônica caracterizada pela diminuição da produção de lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes. Segundo a Associação Brasileira dos Portadores de Olho Seco (APOS), entre 13% e 24% dos brasileiros, o que equivale a 18 milhões de pessoas, sofrem com a doença, sendo que a proporção é de três mulheres para cada homem.

Os sintomas podem variar dependendo do quadro geral de saúde do paciente, mas, na grande maioria dos casos, podem incluir sensação de ardor, coceira, vermelhidão, visão turva, sensibilidade à luz e desconforto ao usar lentes de contato.

Mulheres com mais de 50 anos precisam ter maior cuidado devido à prevalência e aos desconfortos que pode causar. A médica oftalmologista Terla Nunes enfatiza a importância de procurar ajuda profissional para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. A conscientização sobre a condição e a compreensão dos fatores de risco podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das mulheres que sofrem com a síndrome do olho seco.

Terla explica que a condição ocorre quando há falta de produção de lágrima ou quando esta está alterada em algum de seus componentes, provocando evaporação excessiva. Apesar de ser um problema de baixa gravidade, merece atenção por ser muito prevalente na população.

Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento do olho seco em mulheres acima de 50 anos. Entre as causas comuns que provocam a evaporação excessiva da lágrima estão as disfunções das glândulas palpebrais, como blefarites e meibomites, o uso prolongado de telas, bem como de ar-condicionado e ventiladores, e ainda fatores ambientais, como a baixa umidade do ar e o vento.

Cuidados que ajudam na prevenção

O médico oftalmologista Marcus Safady explica que a queda da umidade relativa do ar costuma piorar os sintomas de quem tem a síndrome do olho seco. Ele observou que o computador também desencadeia sintomas de ressecamento ocular para uma pessoa que normalmente não tem essa síndrome. Isso é agravado se o ambiente tem ar condicionado muito frio.

“Só o uso do computador, por si só, e vários estudos mostraram isso, diminui o índice de piscar, que faz a lágrima renovar e proteger o olho de maneira eficaz.”

De acordo com o oftalmologista, a gente pisca, em média, uma vez a cada seis ou dez segundos. Estudos indicam que quando a pessoa está no computador, ela chega, às vezes, a ficar 30 segundos sem piscar, com repercussões na lubrificação ocular e nos sintomas de ressecamento.

A recomendação é que a pessoa procure piscar mais vezes diante do computador, sendo a média ideal a cada dez segundos. “Ao mesmo tempo, piscar mais e instilar mais o colírio protetor. A orientação básica é essa: piscar e lubrificar.”

Além disso, existem outros fatores que causam redução da produção lacrimal, como alterações hormonais do climatério e menopausa; doenças sistêmicas (Diabetes Mellitus, Parkinson, Síndrome de Sjögren, Artrite Reumatoide); tabagismo; uso de lentes de contato e uso de estrogênio.

Também fazer parte desta lista alguns medicamentos sistêmicos utilizados para tratar alergias, arritmias, depressão, insônia, hipertensão arterial e hipercolesterolemia; medicamentos oculares (especialmente aqueles que contêm conservantes e beta bloqueadores para glaucoma); deficiências nutricionais e diminuição da sensibilidade da córnea por infeções oculares prévias causadas.

"É muito comum que a mulher tenha vários dos fatores citados acima como desencadeadores dos sintomas desagradáveis", acrescenta.

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Fonte:

CP




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