Os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) cassaram o mandato do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado (AL-RS), Luís Augusto Lara (PTB).
A decisão foi tomada por unanimidade no início da noite desta segunda-feira, 21/10. Apesar de todos os sete desembargadores entenderem que Lara fez uso da máquina pública em favor de sua campanha eleitoral no município de Bagé, a cassação do mandato aconteceu por quatro votos a três.
O deputado estadual estava em sua sexta legislatura e, conforme o entendimento dos desembargadores do TRE-RS, fez uso com o auxílio do irmão, o prefeito afastado de Bagé, Divaldo Vieira Lara (PTB), pressão para obrigar servidores a adquirirem ingressos de um evento que teve o objetivo de arrecadar fundos para a campanha de Lara à AL-RS.
Ainda, o presidente do Parlamento gaúcho foi beneficiado com o decreto de turno único na cidade de Bagé, sendo que os servidores municipais foram coagidos a no turno inverso do trabalho atuarem na campanha do parlamentar. A denúncia ainda destaca o uso de um jornal local como grande ferramenta para culminar na eleição do deputado estadual.
A defesa de Lara rechaçou as acusações e disse que a votação feita por ele fora da cidade de Bagé já seria suficiente para ele ser eleito. No entanto, os desembargadores entenderam ao contrário e pela primeira vez um presidente da Assembleia Legislativa é cassado no exercício do mandato.
Na decisão, os irmãos Lara ainda precisarão pagar multa de R$ 60 mil cada e terão os direitos políticos suspensos até 2026. A defesa dos políticos da região da Campanha já afirmou que irá recorrer da decisão.
Fonte: Diário da Manhã