Estragos causaram perdas em 24 cidades do RS
Subiu de 984 para 2.630 casas danificadas pelo temporal que atingiu o Rio Grande do Sul entre a segunda (11) e terça-feira (12). Chuva e ventos intensos, além de granizo, causaram estragos e duas mortes no estado. Os locais mais afetados são Serra, Norte e Centro.
O mais recente boletim da Defesa Civil aponta que ao menos 24 cidades foram atingidas - são três a mais que as registradas no primeiro balanço. Além disso, 10 pessoas estão desabrigadas (em ginásios ou escolas da cidade) e outras 22 estão desalojadas (em casas de parentes ou amigos).
Ainda de acordo com informativo, as principais ocorrências se referem a quedas de árvores e postes, falta de energia elétrica e destelhamentos. A maioria delas está concentrada na Região Norte.
O caminhoneiro Domingos Favretto, de 57 anos, levou um susto na noite de segunda-feira (11). Ele estava dentro do veículo que foi arrastado e tombou com a força do vento, quando seguia de Tapejara em direção a Coxilha.
"Era um tombo seguido do outro. Ele [caminhão] começou e não parou mais, até parar naquele local", lembra. Ele sofreu escoriações em todo o corpo e está internado no Hospital Santo Antônio, em Tapejara.
Em Ronda Alta, também no Norte, o salão da comunidade e uma igreja da linha Macali 1 foram totalmente destruídos.
Em Tupanciretã, na Região Central, 400 residências foram afetadas. A Defesa Civil trabalha desde a madrugada para atender as famílias que tiveram as casas atingidas. Pela manhã, já não tinha mais lona no município. São esperados materiais do município vizinho de Júlio de Castilhos.
Em Araricá, a cerca de 70 km de Porto Alegre, 75 casas sofreram danos. Uma escola foi destelhada e a instituição suspendeu as aulas e antecipou o recesso escolar.
Mortes
Em Ciríaco, a Polícia Civil confirmou que um homem morreu na cidade atingido pela própria casa, que desabou sobre ele. De acordo com a Polícia Civil, a residência foi destruída pelo vento e a vítima, socorrido por vizinhos e encaminhada ao Hospital São José, em David Canabarro, não resistiu aos ferimentos.
A instituição de saúde confirmou ao G1 que José Alves Nunes, de 53 anos, chegou a ser atendido no hospital e acabou morrendo, mas não foi informada a causa da morte.
O temporal também causou a morte de uma idosa em Sarandi. Segundo a polícia, Rita Didomenico, de 70 anos, estava em casa junto com a família na Linha Águas do Angico, interior da cidade, quando a tempestade começou, por volta das 3h.
Parte da família buscou refúgio dentro de um carro, mas Rita, que era cadeirante e tinha necessidades especiais, não conseguiu sair a tempo. Ela foi atingida pelo desabamento da casa. Embora tenha sido socorrida, a mulher chegou sem vida ao hospital.
Falta de luz
Segundo as concessionárias RGE e RGE Sul, cerca de 95 mil clientes estão sem energia elétrica desde a noite de segunda (11).
Na área de concessão da RGE, as regiões mais atingidas até a noite de segunda-feira eram a Serra e o Vale do Paranhana. Com os novos temporais da última madrugada, municípios das regiões Norte e Noroeste do Estado, como Passo Fundo, Sarandi, Palmeira das Missões e Santa Rosa, também foram afetados.
Já na área de distribuição da RGE Sul, as cidades mais afetadas estão espalhadas entre as regiões Metropolitana, Central e vales do Rio Pardo e Taquari.
Na área da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), há apenas registros pontuais de falta de luz.
Doações aos atingidos
No fim da manhã, o governador do estado convocou uma reunião com representantes das secretarias das áreas mais afetadas pelo temporal para reforçar a estratégia de ação e atender quem precisa de ajuda.
José Ivo Sartori (MDB) disse que Defesa Civil, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros estavam preparados para socorrer as regiões atingidas pelo temporal, inclusive com a distribuição prévia de lonas. No entanto, ele destacou que os problemas foram maiores do que o esperado.
Como os estoques da Campanha do Agasalho ainda estão muito baixos, a Defesa Civil faz um apelo pedindo doações às famílias afetadas.
"Só o governo e os municípios sozinhos, sem a solidariedade das pessoas, não venceremos as dificuldades que estão aí", disse o governador.
As doações podem ser entregues na sede da Defesa Civil de cada município. Roupas, calçados, cobertores, colchões, produtos de higiene pessoal, alimentos não perecíveis e água são os itens prioritário.
"Com a chuva que veio junto com vendaval molharam todas as roupas e destruíram alimentos. Para isso eu gostaria de fazer um apelo, como já também referiu o governador. Nós estamos em plena Campanha do Agasalho, e a solidariedade do povo gaúcho, que já foi demostrada em várias oportunidades, nesse momento vai ser muito importante", completou o coronel Alexandre Martins de Lima, coordenador da Defesa Civil Estadual.
Fonte:
G1/RS
60.286.360 de acessos desde 2009
Direitos Reservados. Desenvolvido por Impar Agencia Web.