Operação foi realizada no Hospital São Vicente
A Polícia Federal investiga um esquema de desvios de verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) que teria a participação de um funcionário do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo. Inicialmente, a investigação aponta que entre R$ 350 mil e R$ 400 mil teriam sido desviados no período de um ano.
Durante a manhã de terça-feira (20), cerca de 50 policiais federais cumpriram oito mandados de busca e apreensão em Passo Fundo, Porto Alegre e Florianópolis, na chamada Operação “Efeito Colateral”. As investigações começaram em agosto de 2017 para apurar a legalidade de repasses de recursos do Hospital para uma empresa ramo de consultoria localizada em Florianópolis.
Segundo o delegado da PF Guilherme Siqueira, a investigação teve início após a constatação de que o Hospital e empresas que fornecem material hospitalar ao HSVP faziam depósitos e transferências para a empresa sediada na capital de Santa Catarina. “Essa empresa tem características de ser uma empresa de fachada. O motivo [da investigação] é apurar a razão desses repasses, se houve prestação de serviço ou não e qual seria a natureza desse serviço”, disse. Diligências realizadas apontam que o titular dessa empresa seria um “laranja”, supostamente vinculado a um funcionário da administração do Hospital.
O delegado afirma também que há indícios da ligação de familiares desse funcionário do HSVP com a suposta empresa de fachada de Florianópolis. “Nesse estágio inicial, nós estamos investigando apenas um empregado do Hospital, um gestor de verbas, além de empresários e outras pessoas que não possuem vínculo empregatício com o hospital”, explicou Siqueira.
Outro delegado responsável pela investigação, Mauro Vinícius Soares de Moraes, comentou ainda que a investigação não se refere ao Hospital, mas a um servidor que foi contratado como administrador. Esse funcionário, entretanto, não teve o nome divulgado, e não foi preso até o momento. “É uma pessoa que veio de fora e alterou muito a sistemática do Hospital. As investigações chegaram até a gente a partir dessa contratação. Agora vamos dar sequência à investigação e tomar novas medidas. Não se descarta a prisão preventiva”, explica o delegado.
Apesar de estar legalmente constituído como entidade particular filantrópica, o Hospital São Vicente de Paulo recebe e administra verbas públicas oriundas do Fundo Nacional de Saúde. Desse modo, a Operação Efeito Colateral investiga o crime de corrupção, visto que gestor desta modalidade de recurso é equiparado a funcionário público.
HSVP e Ministério da Saúde
No final da manhã, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo se manifestou sobre a operação por meio de nota. A instituição informou que “está colaborando com a autoridade para que seja amplamente esclarecida a situação”.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde informou desconhecer a operação desta manhã em Passo Fundo. A Pasta federal - responsável pelo Fundo Nacional de Saúde -, porém, informou que somente toma medidas após a conclusão das investigações e eventuais responsabilizações judiciais.
Fonte:
Diário da Manhã
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