Mais de quarenta pessoas por dia são vítimas de estelionatários no Rio Grande do Sul, de acordo com a polícia. As investigações apontam que os criminosos estão cada vez mais criativos na forma de abordar as vítimas e conseguir dinheiro.

A reportagem da RBS TV conversou com uma das vítimas de um golpe de supostos clientes do Mato Grosso do Sul. Sem ser identificada, ela relata que os supostos interessados em seu produto chegaram até a simular um depósito.

“Eles fizeram uma TED em nome da empresa. Só que daí no outro dia eles ligaram dizendo que se tratava de um engano, que foi transferido a mais e que era pra devolver o restante”, relata a vítima.

Os suspeitos afirmaram que um depósito de R$ 15 mil a mais do que o valor combinado havia sido feito na conta por engano. A vítima acreditou e transferiu o dinheiro para os bandidos.

“É muito convincente. Eles ligam várias vezes e quase que te pressionam a fazer a venda, ou fazer qualquer coisa. Nem por sonho você imagina que vai cair num golpe desses”, afirma.

Em outro golpe os criminosos criam perfis falsos em redes sociais, se apresentam como moradores de outros estados ou países e se envolvem afetivamente com a vítima. Depois de um tempo pedem dinheiro pra visitá-la e as pessoas acreditam na história. Recentemente uma mulher de Santa Rosa, na Região Norte do Rio Grande do Sul, perdeu cerca de R$ 20 mil para um suposto morador do Paquistão.

De acordo com as investigações, as vítimas já têm certa idade, grau de instrução e classes sociais diferentes. As principais orientações da polícia são que as pessoas tenham o máximo de atenção, não se desesperem ao receber uma ligação e confirmem bem as informações.

"Geralmente faz parte de uma cadeia, tanto é que uma pessoa cria a conta, outro faz contato com a vítima ou por e-mail ou por rede social, outro recebe o depósito. Então, em geral, se tem uma organização criminosa na prática de estelionato", afirma a delegada de polícia Josiana Froelich.

Em 2015, foram mais 15,5 mil ocorrências de estelionato no estado gaúcho. Uma média de 42 vítimas por dia. Mas esse número deve ser ainda maior, pois segundo a polícia, muitas vítimas não registram queixa por constrangimento ou por saber que é difícil recuperar o dinheiro.

fonte:

G1/RS