Duas lojas fecharam e os portões dos prédios estão cerrados na quadra mais valorizada do comércio de Passo Fundo, rua Morom, em frente a praça central. É o reflexo da crise que assola o comércio. Essa recessão já impôs o fechamento das lojas de móveis e eletrodomésticos ao meio-dia na cidade, depois de os comerciantes terem travado batalha com sindicatos, há 20 anos, para flexibilizar a abertura nesse horário e aos domingos. “Não fosse o fechamento das lojas ao meio-dia teríamos que colocar mais gente para a rua”, disse um gerente de loja.
O endividamento do governo que gastou mais do que arrecadou em 2013 com vistas às eleições do ano seguinte, combinado com o roubo na Petrobras, resultou na recessão, aumento de desemprego, escassez de recursos, cortes de orçamento e elevação de taxas de juros. O resultado mais amplo dessa combinação de variáveis negativas é a estagnação da indústria de automóveis, de máquinas agrícolas e os reflexos indiretos nos setores do comércio que fecha portas e da área de serviços.
O economista Ginez Leopoldo de Campos(UPF) disse que o problema é essencialmente interno. Foram os gastos excessivos do governo federal que provocaram o desajuste das contas e o escândalo da Petrobras, que afugentou os investidores que detonaram a crise. Não fossem os problemas domésticos, o Brasil não estaria passando por essa crise.
Na conjuntura internacional, o ambiente é o outro. A Europa, dá sinais de recuperação econômica há dois anos, os Estados Unidos, que compram 20% de tudo o que o Brasil vende, voltaram a crescer, a China continua crescendo mesmo que em ritmo menor, pelo menos sete países da América Latina, dentre eles Uruguai, Paraguai, Colômbia e Chile, apresentam números positivos em suas economias. O Brasil não é uma ilha isolada, está inserido no contexto da economia global e no que dependesse de variáveis externas deveria estar crescendo, mas a realidade é outra, culpa do governo que gastou demais e não soube gerir a maior companhia brasileira, disse Ginez.
Fonte: Rádio Planalto
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