No estado, apenas Passo Fundo possui o remédio Interferon.
O principal remédio usado no tratamento da hepatite C agora é produzido no Brasil e promete gerar menos efeitos colaterais. A medicação está em fase de testes em um hospital da Região Norte do Rio Grande do Sul. O centro está à procura de voluntários, como mostrou reportagem do Jornal do Almoço, programa da RBS TV.
Antes, o medicamento para combater o vírus era importado. Além de caro, tinha acesso restrito. Agora, o projeto de interferon brasileiro pode facilitar o tratamento para milhares de pessoas. A doença é infecciosa. O contágio acontece através de sangue, materiais contaminados ou por relações sexuais. Cerca de 95% dos casos não apresenta sintomas, e quando o diagnóstico chega, quase sempre é tarde demais.
“A tendência desse interferon, que vai ter resultados pelo menos iguais aos remédios importados, mas com a grande vantagem de ter sintomas colaterais infinitamente menores que aqueles sintomas que muitas vezes judiam do paciente, que é febre, dor, muscular, calafrios. O que ocorreu em 67% dos pacientes com este novo interferon veio pra 3,4%”, disse a gastroenterologista Araby Nacul.
Vinte centros de saúde em todo o país iniciaram os testes. Em Passo Fundo, único centro fora de capitais, 45 voluntários já integram o programa. A meta é recrutar 100 pacientes para iniciar o tratamento que pode durar mais de um ano.
A procura é por pacientes entre 18 e 70 anos com diagnóstico de hepatite C e que não tenham feito nenhum tratamento contra a doença.
“Nós fizemos uma pequena conversa com ele por telefone. A partir daí, são feitos os exames de sangue, os exames físicos pra saber se o paciente tem todos os critérios para entrar no estudo”, explicou a gerente da unidade de pesquisa clínica do hospital, Keyla Deucher.
“O índice de cura, dependendo do tipo de vírus, ele varia de 40% a 95% das vezes. O mais importante: quanto mais breve for realizado o tratamento, com menos cicatrizes ficará nesse fígado. Assim, esses índices são maiores”, completou a gerente.
São 750 pacientes, em todo o país, que devem participar dos primeiros testes com interferon brasileiro. Após o tratamento o paciente ainda será observado por mais 24 semanas para avaliar a qualidade de vida depois da cura.
O empresário Roger Adolfo Lara levou um susto ao saber que portava o vírus. “Tu não vai no médico esperando receber um resultado desses. Quando o médico chama e diz que está com hepatite C, e o que é, e qual o caminho pra trilhar, é um impacto muito grande”, contou.
Da mesma forma, o aposentado Edison Xarão viu a rotina alterada. “Era muita dor no corpo que sentia, alimentação já não fazia bem, então resolvi fazer uns exames e foi constado que eu tinha hepatite C”, lembrou.
A doença ataca o fígado. Com diagnóstico tardio pode evoluir para cirrose ou câncer e o destino do paciente será a fila do transplante. Outro drama é descobrir que o tratamento é caro e só os casos mais graves conseguem assistência de graça, do governo federal. Por isso, um novo tratamento para a hepatite C entrou em teste e pode ser a esperança para mais de 3 milhões de pessoas infectadas em todo o país.
Fonte:
G1/RS
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