A sul-coreana Hyundai inaugurou na manhã desta quarta-feira a sua primeira fábrica de elevadores no Brasil. A unidade instalada em São Leopoldo, no Vale do Sinos, é a única fora da Ásia_as outras estão na Coreia do Sul e na China. Com capacidade de produzir dois mil equipamentos no primeiro ano, e projetando chegar a quatro mil unidades por ano até 2019, a empresa pretende ampliar participação no mercado brasileiro e ganhar espaço na América Latina.
– Queremos com essa planta conquistar 10% do mercado brasileiro em no máximo quatro anos – projeta o presidente da Hyundai Elevadores do Brasil, Jeong Ho Jean, afirmando que a demanda nacional chega 20 mil elevadores por ano.
As unidades produzidas na planta gaúcha atenderão exclusivamente ao mercado interno, nesse primeiro momento. De acordo com a empresa, é necessário entender como funciona o mercado brasileiro e suas peculiaridades para depois investir nos outros países latinos.
A unidade de São Leopoldo, que recebeu R$ 65 milhões em investimento, inicia as atividades com cem funcionários e com uma capacidade. A planta já tem negociado os primeiros 900 elevadores no País, ao custo de R$ 25 milhões. O maior contrato, que envolve a venda de 152 unidades, foi firmado com a empresa Odebrecht, responsável pela construção da Vila Olímpica, que receberá atletas do mundo inteiro durante as Olímpidas no Rio de Janeiro em 2016. Os equipamentos devem ser entregues até o final do primeiro semestre do próximo ano.
Os elevadores da planta gaúcha terão índice de nacionalização de 60% – a intenção é chegar a 80% nos próximos três anos. As máquinas de pressão e os painéis de controle devem ser importados da Coreia do Sul, devido a alta complexidade de tecnologia. A empresa, entretanto, pretende firmar parcerias com empresas brasileiras para o desenvolvimento dessas peças. Para isso, deverá investir em treinamentos na matriz coreana.
De acordo com o presidente do Grupo Hyundai no Brasil, Victor Park, a empresa escolheu o município gaúcho, não só pela localização geográfica, mas porque outras empresas internacionais estão instaladas no Parque Tecnológico São Leopoldo (Tecnosinos). O gestor afirma ainda que a presença de uma universidade e uma rede de empresas que já atendem a uma concorrente também deram garantia para a operação.
– Eu viajei o Rio Grande do Sul e nós encontramos em São Leopoldo a segurança para a nossa instalação. Acreditamos que seremos capazes de construir uma rede aqui – afirma.
O governador Tarso Genro, que esteve na cerimônia de inauguração da empresa, salientou a importância da empresa para o Estado. Segundo o líder gaúcho, além de gerar empregos e trazer tecnologia de ponta para o Rio Grande do Sul, a instalação da Hyundai é a concretização da primeira visita de uma comitiva gaúcha à Coreia do Sul para prospectar novas parceiras.
– Essa unidade é a prova de que temos como oferecer condições para que outras empresas internacionais vejam o Rio Grande como opção de negócio.
Foco no mercado imobiliário
A Hyundai produz em suas plantas asiáticas elevadores residenciais, comerciais, náuticos, hospitalares, cargueiros, de automóveis, para escadas e esteiras. No Rio Grande do Sul desenvolverá equipamentos destinados a residências e escritórios. Especializada em elevadores de alta velocidade, que podem chegar a 1080 metros por minuto, a coreana quer dar uma “outra perspectiva a indústria brasileira”, segundo Sang-Ho Han, presidente da Hyundai Elevadores Coreia.
– Vamos oferecer aos brasileiros elevadores do mais alto nível. Diferente do que a maioria dos imóveis têm hoje – afirma Park_os equipamentos fabricados no país atingirão a velocidade máxima de 300 metros por minuto, devido ao Brasil não ter construções com mais de 40 andares.
Conhecida pela alta tecnologia empregada em seus produtos, a empresa, que é responsável pela venda de 90% dos elevadores náuticos, considerado um dos mais complexos, também trará para o país um novo nível de design de interiores.
– Nosso tipo de iluminação e nossos painéis são únicos. Temos também controle inteligentes que nos diferencia. Esperamos que os brasileiros nos acolham – afirma Han.
