Gesto de jogar “moedas da sorte” causa problema ambiental nas Cataratas do Iguaçu
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Gesto de jogar “moedas da sorte” causa problema ambiental nas Cataratas do Iguaçu

Por Alessandra Staffortti
06/11/2019 08:46
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Um gesto que se generalizou entre turistas que visitam as Cataratas do Iguaçu acabou virando um problema para o parque.

A baixa vazão das Cataratas do Iguaçu nas últimas semanas deixou à mostra paredões de pedra que normalmente ficam escondidos. E o que também ficou visível foram as milhares de moedas jogadas pelos turistas na água, o que é proibido.

“Ele joga a moeda, faz uma escolha, algum desejo na intenção que se realize”, conta Luiz Fernando Faga, turista.

Elas se acumulam entre as pedras e algas. Ficam presas nos buracos. Para alcançar as moedas, os bombeiros precisam chegar bem perto das quedas d’água. A limpeza só pode ser feita com equipamentos de segurança por causa do risco de acidentes.

A equipe retirou da água 329 quilos de moedas. Um recorde na história do parque. Os brasileiros são os que mais deixaram moedas para trás, algumas estão fora de circulação há mais de 20 anos. Depois, vem os nossos vizinhos da Argentina e do Paraguai. Outras moedas vieram de bem mais longe: da China, Panamá, Israel e África do Sul.

“A gente vê várias moedas de países diferentes e a gente vai atrás para ver de qual país é”, diz Gerliane Benitez, estagiária do parque.

O que pra muita gente pode ser a esperança de realizar um desejo, para as Cataratas do Iguaçu é problema ambiental. Além de toda a dificuldade para fazer a limpeza, com o tempo, muitas moedas se dissolvem e metais pesados como o níquel e cobre vão parar na água.

“Realmente é uma contaminação química da água que afeta toda a cadeia alimentar. Também vários animais confundem as moedas com suas presas por causa do brilho das moedas. Principalmente peixes e as aves aquáticas que frequentam o Rio Iguaçu acabam confundindo com seu alimento e ingerem essas moedas e causam sérios problemas para essas espécies”, destaca Pedro Fogaça, biólogo do Parque Nacional do Iguaçu.

“O povo não tem consciência do que está fazendo. Moeda foi feita para girar, não para estar aí na natureza”, diz um turista.

A equipe recolheu R$ 14 mil em moedas, que serão doados para projetos sociais. Os 130 quilos de moedas estrangeiras seguirão para reciclagem.

Fonte:

JN




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